Foi com a frase que dá título a esse texto que um grupo de alunos do 9º ano do colégio batizou o projeto social realizado na ACTC (A Casa do Coração), local onde crianças e adolescentes cardíacos de todo o Brasil vêm realizar exames ou aguardar por um transplante.
A experiência de lidar com jovens que podem não estar vivos no encontro seguinte, o desafio de se comunicar com refugiados que não falam sua língua, a dificuldade de planejar atividades para crianças mais novas, foram algumas das práticas compartilhadas no IV Colóquio de Projetos Sociais, organizado em parceria pelos Colégios Santa Cruz e Equipe, realizado no sábado, 18 de agosto. Esta edição do colóquio contou com mais de 100 inscritos que vieram assistir as apresentações de trabalhos desenvolvidos por alunos dos Colégios Equipe, Castanheiras, Santa Cruz e Vera Cruz.
Os projetos foram apresentados agrupados por temas: “Ação e Questão”, “Linguagem e Pertencimento”, “Olhares e Diversidades”, “Vínculos e Integração Social”,”Projetos Sociais e Políticas Públicas”, “Sentidos da Intervenção”, “Direitos Humanos e Gênero”, “Cidade e Identidade” e “Brincar”.
A mediação foi feita por ex-alunos do colégio como Pedro Giannini e Amanda Beck, formandos de 2015, que participaram da Ação Social durante todo o Fundamental 2 e Ensino Médio. “Demorei para entender como ter participado do projeto nas creches do Jaguaré me marcou e despertou em mim questionamentos que me levaram a estudar direito. Comecei no voluntariado e hoje quero trabalhar para garantir legitimamente os direitos dos cidadãos”, conta Pedro.
Renata Cataldi Usarski, Coordenadora da Pastoral Social, assina embaixo da fala do ex-aluno: “Um dos principais objetivos dos projetos de Ação Social é formar cidadãos atuantes e preocupados com o bem comum.”
Ao final das apresentações, todos se reuniram no anfiteatro para uma breve reflexão sobre os aspectos formativos dos projetos sociais na escola. Débora Vaz, Diretora Pedagógica do Santa Cruz, disse que recebeu uma aula dos alunos. “Como é que a gente vive numa escola, numa cidade e num país que não tem construída a relação de proximidade com a diversidade social, econômica, ética e cultural? E como a gente faz isso? A ideia do encontro estava presente nos relatos de vocês, o princípio das relações mais horizontais para enfrentar a aridez daquilo que a gente vê como país, como cidade e como sistema educacional.”
Ausonia Favorido Donato, Diretora Pedagógica do Colégio Equipe, começou sua fala agradecendo pela “manhã de felicidade”. “Nas falas dos alunos ficou claro que ao fazer um projeto social eles não estão ajudando, não é unilateral, eles estão compartilhando”, relatou a educadora.
A manhã de trocas inspiradoras foi encerrada com a apresentação do grupo Ballet Fareta Sidibé, composto por refugiados da Guiné.