Ontem, 23 de novembro, foi uma data marcante para os alunos da 2ª série do Ensino Médio: dia de apresentar para a comunidade escolar os frutos da disciplina Pesquisa Autoral, que cursaram durante todo o ano.
Em 2017, os cursos oferecidos foram: Comida – cultura, arte e nutrição; Curta Santa; Design Gráfico; Fotografia – prática e reflexão; Literatura Brasileira – da malandragem à marginalidade; Midiologias – crítica dos meios de comunicação; Neurociência; Psicologia; Santa Makers; Urbanidades – investigando a metrópole.
“Os alunos foram apresentados aos temas, autores e conceitos no começo do ano, principalmente no primeiro semestre e depois, aos poucos, foram elegendo assuntos de suas preferência para estudar e pesquisar mais. Esse processo não foi fácil: escolher um assunto significa abrir mão de outros tantos! Além disso, muitos tiveram vontade de estudar e se aprofundar cada vez mais e não conseguiam começar a escrever seu próprio texto”, explica a Coordenadora Pedagógica Mônica Torkomian.
Dia D
“A questão de como apresentar e socializar sua pesquisa também demandou trabalho, já que os alunos podiam escolher fazer ensaios, artigos de divulgação científica, apresentações orais, ted talks, videos, objetos etc”, completa Mônica. Pelas salas do Ensino Médio e também pelo campus, era possível assistir a seminários e vídeos, ver instalações, produtos e protótipos.
Na sala 4, por exemplo, Luiz Felipe Alamino de Lima, 2ª A, que cursou Psicologia, da professora Beatriz Figueiredo Mello, apresentou um seminário intitulado “A Fé Humana”. A pesquisa do aluno partiu do estudo da obra de Freud. “Quis investigar porque o ser humano sempre tenta preencher seu vazio com uma religião ou ideologia, algo que o guie”, conta Luiz Felipe.
Na sequência, Carolina Grinover Kpnis, 2ª C, apresentou, em vídeo, o trabalho “Pães e a Cultura Imigrante”, fruto de sua participação no curso Comida – cultura, arte e nutrição, do professor Rodrigo Liegel. “Minha pesquisa foi mais cultural do que científica. Visitei os bairros Bom Retiro, Liberdade e Bexiga atrás das receitas de pães tradicionais de imigrantes judeus (chalá), japoneses (anpan) e italianos (ciabatta). Depois, eu mesma preparei as receitas e promovi um encontro entre meu avô (italiano), a namorada dele (japonesa) e minha tia-avó (judia). Eles provaram os pães caseiros e a versão comprada pronta, teceram suas opiniões e também contaram da importância desse alimento para cada povo”, explica Carol. Detalhe, a aluna, que nunca havia feito pães antes da pesquisa, encerrou a apresentação com uma degustação de ciabatta, anpan (recheado de nutella em vez de doce de feijão…) e chalá, que foram prontamente devorados pelas audiência.
Ainda na sala 4, Heloisa Orlandi Cangi, 2ª C, que também cursou Comidas – cultura, arte e nutrição, apresentou o Seminário “Sustentabilidade nos Agrossistemas”. “Sou vegetariana e por isso meu interesse no tema. Basicamente, o modelo de agrossistema adotado no Brasil a partir das décadas de 1960 e 70 trata o alimento como commodity, voltado para exportação, e não é nada sustentável. O modelo sustentável estaria mais preocupado em não comprometer as gerações futuras com as práticas atuais.”
Giro pelo Colégio
No corredor do Ensino Médio, muitos alunos expuseram seus trabalhos. Miranda Mello, 2ª C, sempre se interessou por tarot. Cursando Psicologia, ela pesquisou a relação do baralho com os arquétipos descritos pelo psiquiatra e psicoterapeuta Jung. Como parte de sua apresentação, Miranda faria leitura de tarot para quem se interessasse.
Na área da lanchonete e em frente ao Laboratório de Biologia, era possível ver protótipos de carrinho de rolimã e mesa de pebolim (apelidada de peboball), executados por alunos que frequentaram o curso Santa Makers, do professor Reinaldo Espinosa; logomarcas de time de futebol e floricultura, desenhadas por estudantes que escolheram fazer pesquisa autoral na disciplina de Design Gráfico, dos professores Anderson Rei, Ana Carolina Vieira e Ricardo Martins, entre muitas outras coisas.
“Foi uma primeira experiência, mas a animação de todos deu mostra de que estamos no caminho certo! Vimos trabalhos muito interessantes, de vários formatos. As apresentações orais foram de bom nível e todo mundo se sentiu aprendendo e vibrando com o trabalho dos colegas”, encerra Mônica.