“Jacaré, não!”

“Qual a sua cor favorita”, “Por que você resolveu escrever essa história?”, “Quantos anos você tem?”.

A criançada do Pré 2 tinha muitas perguntas para fazer ao escritor Antonio Prata na tarde de 30 de maio. Sentados em almofadas, na biblioteca da Educação Infantil, os alunos tiveram o privilégio de ouvir o próprio autor contar “Jacaré, não”, sua mais recente obra. “Todos os anos tentamos trazer um escritor para ler para as crianças. Fazer essa aproximação é importante para que as crianças entendam que temos muitos autores vivos, que escrever é um trabalho, como é o processo de criação de uma obra…”, explica Regina Andrade Clara, coordenadora.

Antonio, que já tem 12 livros publicados, só teve vontade de escrever para o público infantil depois de virar pai de Olívia, 4 anos, e Daniel, 2. “Quando meus filhos nasceram, comecei a observar do que gostavam, o que os fazia rir e foi aí que descobri que crianças acham muita graça quando um elemento estranho aparece em meio a atividades cotidianas”, conta. “Jacaré, não!” brinca justamente com essa ideia: um intrometido jacaré surge quando os pequenos tomam banho, comem ou brincam.

Após ler a história, com direito à participação animada da platéia, o autor foi sabatinado pelas crianças. Veja algumas perguntas:

– Quantos anos você tem?

Antes que Antonio pudesse responder, a criançada começou a tentar adivinhar: 40, 41, 39…

Eu tenho 39, vocês são bons de chute!

Na sequencia, uma menina comenta: meu bisavô tem 98!

– Qual livro que você escreveu acha mais legal?

Eu gosto de escrever muitas histórias, mas sempre acho o último livro o mais legal.

– Com que idade você começou a ser um escritor?

Foi assim, da idade de vocês, mas na minha época a gente só aprendia a ler e escrever um pouco mais tarde.

– Como você fez esse livro?

Eu sempre contava essa história para a minha filha porque queria fazer ela rir. Um dia, encontrei com a Florencia, editora do livro, em uma festa e ela me perguntou se eu não queria escrever para crianças. Comentei que tinha essa história e ela gostou. Aí sentei no computador e digitei. Ela leu, fez algumas alterações, depois convidou a Talita Hoffmann para ilustrar.

-Qual o livro de adultos que você mais gosta?

Têm muitos, mas acho que vocês ainda não leram nenhum (risos).

Antes de ir, Antonio ainda autografou um exemplar para cada turma do Pré 2. Quando a coordenadora Regina perguntou para as crianças se elas lembravam o que era um autógrafo, uma pequena não teve dúvidas, levantou a mão e disse: “é uma assinação, ué!”

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