Tradicionalmente, no Colégio Santa Cruz, os alunos do 7º ano visitam, no mês de maio, a região do Lagamar, e as turmas do 8º ano vão a Minas Gerais. Essas atividades compõem os estudos do meio.
Neste ano, com a impossibilidade das viagens por conta da pandemia, a coordenadora Cristiane Motta e a equipe de professores buscaram uma alternativa: Imersão Temática, projeto construído por uma série de atividades remotas e presenciais. Segundo Rodrigo Plotek, professor de Ciências, o nome Estudo do Meio não pôde ser mantido, pois esse conceito é utilizado apenas quando os alunos vão a campo.
Para chegar o mais próximo possível do que os alunos veriam presencialmente, o Colégio criou uma parceria com a Quíron, agência de viagem e turismo educacional, que filmou todo o trajeto roteirizado pelos professores. As turmas tiveram acesso às filmagens por meio dos óculos de realidade virtual. O recurso foi imprescindível neste momento e deverá ser muito útil mesmo com o retorno das viagens. “A Quíron conseguiu mostrar o complemento de uma visita in loco. No Morro do Espia, quando vamos ao Lagamar, temos uma vista panorâmica, mas não é possível vermos duas regiões: a foz e o canal Valo Grande. Agora com as filmagens feitas por drone, os alunos terão essa amplitude. Outro exemplo é em Congonhas – MG, onde também não é possível ver as obras de Aleijadinho no Complexo dos Passos da Paixão de Cristo de forma ampla, e os óculos dão essa visão bidimensional”, contou a coordenadora.
Assim, durante duas semanas, os alunos do 7º ano mergulharam na realidade virtual, explorando a vegetação, o clima e alguns ecossistemas litorâneos do Lagamar. Também realizaram exercícios de observação experimental no laboratório e leitura de documentos. Além disso, eles ouviram relatos orais do líder da comunidade Mandira, disponibilizados pelo Museu da Pessoa, e fizeram muitas outras atividades remotas.
Com o auxílio dos óculos de realidade virtual e das videoconferências com moradores e artistas de Minas Gerais, os alunos do 8º ano conheceram melhor a cultura e a culinária da região e discutiram a escravidão e o racismo estrutural. Também pesquisaram a mineração e a religiosidade e apreciaram as obras do Instituto Inhotim. A tradicional Manhã Mineira foi realizada de forma virtual.
“Todas essas atividades são muito mais que um repertório de um projeto, é uma mobilização pelos lugares. Um dos pilares do Santa Cruz é proporcionar estudos de diferentes realidades”, complementa Cristiane Motta.