Talvez a primeira coisa que venha à nossa cabeça quando pensamos em História em Quadrinhos – HQ – seja os gibis que habitaram, em grande parte, a infância de muitas crianças. Mas esta arte de narrar usando imagens e palavras em sequência traz um universo bem mais amplo e diverso do que esse.
Atualmente, essa mesma linguagem tem sido utilizada para narrativas mais complexas e chamada de Graphic Novel ou Romance Gráfico, em português.
A equipe da biblioteca selecionou algumas obras de nosso acervo – que comporta, além dessa diversidade, também algumas raridades – para compartilhar nessa “indicação literária”.
Dentre as nossas raridades destacamos:
Mortadelo e Salaminho
De origem espanhola, esses quadrinhos, de autoria de Francisco Ibánez surgiram na década de 1950. Nosso acervo conta com publicações de 1972 e 1973.
Lucky Luke – o Bandido Maneta
Faz parte de uma série de quadrinhos criados inicialmente por Morris, na década de 1940. A edição que temos é de 1986, publicada pela Martins Fontes.
A primeira aventura de Tarzan
Esta edição é a primeira adaptação do clássico no formato HQ. Uma edição especial produzida para comemorar o centenário de nascimento de seu autor, Edgar Rice Burroughs. A versão tem autoria de Harold Foster, é de 1975 e foi publicada pela Editora Brasil-América – EBAL.
Caso queiram conhecer um pouco mais sobre a importância desta obra, clique aqui.
E agora, para conhecer o que nossa equipe leu especialmente para este mês, vamos começar acompanhando as indicações de Dina, que nos revela sobre seu processo de entrada nesse universo:
“Pensando que as indicações desta vez seriam de HQ, achei que seria fácil… mas me enganei totalmente! Foi o contrário: achei muito difícil, quase desisti. Achei bastante complicado ler e compreender a história, me senti bem confusa. Não tive esse tipo de leitura na minha infância, então decidi compartilhar a leitura com meu filho, e daí fui pegando o jeito de ler, acompanhando as imagens e o que vinha escrito.
Lembrei muito da situação que via na escola, em que os alunos, no recreio, ficavam lendo HQ e perdiam a hora de voltar para a sala. Agora entendi o porquê. Principalmente com a leitura do que quero indicar aqui”.
Mafalda 1 e 2 , Quino, editora Martins Fontes
Coleção “ A pequena filosofia da Mafalda” , Quino, editora Martins Fontes
Nos quadrinho, se pode acompanhar de forma muito interessante o que acontece na escola, a relação entre professores e alunos, a desigualdade social e outros assuntos como dinheiro, morte, o papel da mulher, a presença da TV na vida das pessoas. Mafalda questiona tudo isso. Ela é muito inteligente e quer um mundo melhor, sem guerras, sem injustiças… É impossível não se apaixonar por esta personagem. Lendo esses livros pensei muito sobre nossa vida e nosso cotidiano. Ri muito, mas fiquei também impressionada como o autor apresenta essas críticas. E é inevitável, para quem tem filhos, não relacionar com os questionamentos que se ouve no dia a dia, pois temos “Mafaldas” em casa.
Calvin e Haroldo “E foi assim que tudo começou”, Bill Watterson, editora Conrad
A obra é um pouco diferente de Mafalda. Apresenta muitos diálogos entre as personagens e, nesse volume, tem um formato de “diário de família”.
Calvin é um menino de 6 anos que adotou um bicho de pelúcia para ser seu melhor amigo e companheiro de todas as horas. Calvin é questionador, quer fazer coisas de gente grande e não aceita não como resposta. Deixa sua mãe e seu pai de “cabelos em pé”. Um leitura muito gostosa e boa para passar horas rindo com essas aventuras. Vale muito a pena!
Na sequência, Fabiana é quem nos conta suas leituras de HQ. E é muito interessante notar a similaridade com o que nos contou Dina anteriormente:
“A leitura de história em quadrinhos pode ser divertida e também desafiadora. Me lembro quando criança que simplesmente amava os gibis da Turma da Mônica. Eu ficava esperando o meu pai chegar do trabalho e trazer um gibi novo, era uma alegria só!!
Quando escolhi os livros que irei comentar a seguir, achei que seria uma leitura simples, talvez porque tivesse aquela sensação da infância, mas me surpreendi com o fato de que uma boa compreensão da leitura desse tipo de livro não vem apenas do texto, mas também dos desenhos, das expressões das personagens. Muitas vezes é tão sutil que é necessário olhar por vários instantes para entender as imagens como parte fundamental da narrativa.
Os dois autores que escolhi, são ganhadores do prêmio Eisner, que é como um Oscar dos quadrinhos. Coincidência ou não, os dois optaram por desenhos em preto e branco, mas as semelhanças param por aí.
Para quem se interessar, as obras estão disponíveis em nosso acervo!”
Angola Janga: uma história de Palmares, Marcelo D’Salete, editora Veneta
Marcelo D’Salete é quadrinista e professor de artes visuais, nascido em São Paulo. Sua outra obra, “Cumbe” (2014), recebeu o prêmio Eisner pela edição em inglês.
A obra de D’Salete é um belíssimo passeio por uma parte da História do Brasil pouco narrada na literatura e que conhecemos, na maioria das vezes, somente em livros de História.
Em Angola Janga, o autor narra a história de um dos maiores quilombos que se tem conhecimento, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. O autor explora a linguagem dos vários povos que formaram o quilombo, bem como aspectos de suas culturas, simbolismos e misticismos, que também estão presentes na narrativa. O interessante da obra é que o autor deu voz a personagens pouco conhecidos, como Antonio Soares e Andala, que foram fundamentais durante a guerra de Palmares, além, claro, de Zumbi.
Outro aspecto que destaco é a pesquisa histórica feita pelo autor. Foram 11 anos buscando informações e a maioria delas, relatos dos bandeirantes, governadores, “pessoas que iam destruir Palmares”, nas palavras do autor, o que o motivou a criar esta ficção, a partir do olhar das personagens que vivenciaram o quilombo.
A narrativa traz certa dificuldade pois nem sempre é linear e o autor se utiliza de imagens sem texto escrito, em muitas passagens, explorando os planos e expressões das personagens. Há, por exemplo, quadrinhos que começam em plano ampliado e depois aproximam o desenho, como se desse um zoom na imagem, que pode ser um local ou uma personagem. De maneira especial, a narrativa acontece em meio a uma espécie de silêncio, que demanda mais atenção aos detalhes. Para mim, causou um certo incômodo na leitura, mas a narrativa é envolvente, dinâmica, com diversas passagens de ação. Seus desenhos são expressivos e até mesmo poéticos em muitos momentos.
Retalhos: um romance ilustrado, Craig Thompson, editora Quadrinhos na Cia
Craig Thompson é um quadrinista norte-americano, sua obra recebeu dois prêmios Eisner, em 2004. Ler “Retalhos” foi uma grata surpresa. Comecei sem muitas expectativas, achando que seria como um romance adolescente apenas, mas na verdade é uma autobiografia. Thompson conta suas memórias, desde a infância até a vida adulta. Assim, podemos conhecer detalhes simples como o fato de que ele dividia o quarto com o irmão mais novo, até passagens mais tensas como o bullying que sofria na escola e os abusos sofridos, que são retratados de maneira muito delicada.
O autor trata também da questão religiosa. Sua família tinha o hábito de ir à igreja e seus pais sempre fizeram questão de que ele e o irmão tivessem uma educação religiosa. Por um bom período de sua vida, Craig se sentiu preso a esses ensinamentos e isso fez com que tivesse uma adolescência um tanto solitária, com poucos amigos. Até que conheceu Raina, uma jovem que lhe ajudou a fazer grandes descobertas, como o amor, o desejo sexual e também a decepção. Ao acompanharmos sua fase adulta, testemunhamos o amadurecimento e a libertação de amarras que sempre o tolheram.
A jornada de Craig é intensa, o cenário é quase sempre a neve. Os traços do autor são delicados e expressivos, refletem bem os sentimentos de angústia e alegria das personagens.
Li este livro inteiro em um dia. E tenho vontade de ler novamente, porque quando terminei, tive a sensação de estar conversando com um amigo, me identifiquei em alguns momentos com a sua história e de Raina. Será que outros leitores também sentirão o mesmo?
Até aqui já é possível perceber que o universo das HQs é variado e isso nos mostra também as próximas indicações feitas por Joelsa, em que o foco são histórias não-ficcionais:
“As HQs que selecionei fazem, incrivelmente, a função de trazer aos olhos não só narrativas divertidas, mas também uma representação de cenas reais, de assuntos que fazem parte da História da humanidade, como por exemplo, o holocausto, a intolerância religiosa, as guerras e violências de várias formas. ‘Enquadrando’ com muita criatividade e dando luz a passagens históricas que não devem nunca ser esquecidas ao longo do tempo.
Em minha opinião, toda ideologia ou religião pode ser de grande valor a partir do momento em que faça o ser humano evoluir diante da própria ignorância, respeitando e aprendendo a importância do outro, desenvolvendo o sentimento de empatia e tolerância em relação ao que é diferente de nós.
Os HQs que destaco, dão ao leitor um lugar de expectador privilegiado diante de alguns fatos históricos. São relatos biográficos que contextualizam as tomadas de decisões diante da sobrevivência e resgatam o heroísmo, ora dos antepassados das famílias envolvidas, ora dos protagonistas, narradas nas obras de “Maus”, “Persépolis” e “O mundo de Aisha: a revolução silenciosa das mulheres no Iemên”.
Maus, Art Spiegelman, editora Quadrinhos na Cia
Art Spiegelman conta, de forma detalhada, a saga de sua família no período do holocausto. Nos quadrinhos, o autor personifica os animais de forma muito representativa: nazistas são gatos, judeus os ratos, poloneses são porcos e americanos os cães, em uma narrativa intensa com muita ação e sem sentimentalismo.
A linguagem que conjuga imagens e palavras torna o contexto histórico pesado (ou mais realista). Muito bem criticado por ser bem documentado.
Todo o contexto faz com que muitas vezes leiamos como uma ficção, mas não é. Talvez esse seja o motivo que levou essa obra a ganhar muitos prêmios e reconhecimentos. Uma aula de História narrada em quadrinhos, simplesmente sensacional!
Os próximos livros têm mulheres como protagonistas e o aspecto comum que une essas histórias é a religião, no caso o Islamismo. Um outro ponto de destaque é a educação. Quando existente, e quanto mais presente na vida das protagonistas, mais distinta torna o rumo da vida nas histórias narradas.
Persépolis – Completo, Marjane Satrapi, editora Companhia das Letras
Persepólis é uma obra biográfica da Marjane Satrapi e sua família, que esteve diretamente envolvida no golpe de estado que aconteceu, em 1953, no Irã, traçado pelos Estados Unidos, juntamente com o líder religioso Xiita contra Mossadeq, o bisavô da autora.
O livro começa a partir do olhar da autora-menina, aos 10 anos, dando um panorama sobre a religião islâmica e a “revolução” chegando ao país, mudando radicalmente a experiência com o mundo na sua vida adulta.
A complexidade que rege a vida aparece no livro, com pitadas de humor, para falar sobre questões políticas, interesse comercial e a mudança radical nos hábitos da população influenciada pela religião e que são autorizadas pelas leis governamentais.
Marjane consegue levar aos quadrinhos leveza em fatos marcantes da sua vida, sem perder a seriedade, paralelamente, à trajetória histórica do Irã numa leitura prazerosa e dinâmica.
O mundo de Aisha: A revolução silenciosa das mulheres no Iêmen, Ugo Bertotti, editora Nemo
Um livro documentário, em quadrinhos, em que o título e capa anunciam o assunto e o contexto do que será tratado. Ao abri-lo, o leitor encontrará um país extremamente pobre, com marcas de violência por todos os lados, consolidadas pelo histórico de guerra civil e hábitos culturais bastante diversos dos que vivemos em nosso país.
Para entender melhor, é interessante saber mais sobre o Iêmen, as condições de vida desse povo e consequentemente das mulheres.
Em linhas gerais: o Iêmen está localizado na península arábica, de religião mulçumana e é um dos países mais pobres entre os países árabes. Fica situado em uma importante rota comercial de petróleo, vizinho dos principais produtores do oriente médio: Arábia Saudita, Oman e Irã. O conflito religioso entre os hutis e o governo também é visto como parte de uma batalha regional de poder entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, pela Arábia Saudita.
Voltando ao livro, como tratar e apresentar as condições das mulheres do Iêmen que vivem escondidas sob a cultura do véu, o NIQAB, e da falta de liberdade nesse cenário de intensos conflitos?
A fotojornalista Agnes Montanari andou pelas ruas e hospitais locais fotografando e colhendo relatos. Ela e sua equipe, com sensibilidade, selecionaram três relatos que representassem as mulheres em sua coragem, resiliência e resistência às formas de violência.
O autor Ugo Bertotti se valeu dos quadrinhos para trazer o cenário, dar voz à essas mulheres, revelando as condições locais. De forma brilhante, conseguiu driblar os empecilhos de identificar algumas pessoas por questões de segurança e também pelo desejo de anonimato.
A primeira história, de Sabiha, traz a realidade seca e rude, tão comum àquelas mulheres. É de entristecer o coração e umedecer os olhos.
A protagonista da segunda história chama-se Hamedda. Empreendedora, diante da precariedade que a vida lhe impôs, não se intimidou e foi agarrando as conturbadas oportunidades que trouxeram mudanças na sua condição de vida e de seus familiares. Força e resistência são sinônimos para esperança.
O terceiro relato é de Aisha. A história de vida dessa jovem nos dá o panorama dos valores culturais influenciando a vida das mulheres, a estrutura da família e a ordem social que está calcada na religião e na guerra. Expõe também o fato de que, onde há conhecimento e educação, há espaço para transformações. Nos deixa a reflexão de que, se nos valermos da educação, é possível nos apropriarmos da vida de forma mais completa. O livro “O mundo de Aisha” é tão atual que se torna comovente e, ao mesmo tempo, inspirador.
Como acompanhamos até aqui, é incrível ver uma parte desse universo artístico e histórico que as Histórias em Quadrinhos nos proporcionam. São provocações e reflexões feitasas aos leitores, de forma inteligente, profunda, mesmo quando possibilita o riso e o divertimento.
Para finalizar, Sandra apresenta mais 4 indicações que mostram como a arte de narrar em quadrinhos rompe fronteiras ligadas à idade, ao tema, à forma e aos conteúdos, explorando de maneira criativa as linguagens gráficas e proporcionando ao leitor, uma experiência estética bastante distinta.
“Meu encontro com os HQ – para além dos gibis e tirinhas – é bastante recente e foi possibilitada pela influência de alguns ‘especialistas’ que me indicaram, de forma bastante assertiva, alguns livros que me mostraram o quanto esse gênero tem de inovador e me impressionaram com sua forma de narrar artisticamente uma história.
Aqui, Richard McGuire, editora Quadrinhos da Cia
É incrível a experiência leitora que este livro proporciona. O autor posta o leitor em uma posição em que podemos acompanhar o passar do tempo – em idas e voltas – mas de um mesmo lugar. A sensação que se tem como observador, “plantado” naquele ângulo, intencionalmente, dá sensação de lugar privilegiado.
Poucas palavras vão acrescentando informações sobre o que vemos se alterar em nosso “restrito” campo de visão. Mas ampliam o que podemos construir de significados.
Inevitável não desacelerar para apreciar detalhes, buscar sentidos para a construção da narrativa.
Difícil explicar um livro tão particular, que provoca uma leitura tão distinta. Só convidando outros leitores a conhecerem esta obra e depois trocarmos experiências e assim ampliarmos nossos olhares. Aceita o convite?
Heimat – ponderações de uma alemã sobre sua terra e história, Nora Krug, editora Quadrinhos da Cia
Este livro traz o relato da autora em busca de suas raízes, da necessidade de entender de onde vem, quem eram e o que pensavam (ou em que acreditavam) seus antepassados. Também um relato em busca da compreensão de sentimentos de pertencimento e identidade, muitas vezes difíceis de viver quando se é imigrante. E que ganha uma nuance a mais ao considerar a história do povo alemão.
Até aqui poderia ser um livro que remete a vários outros com temática semelhante. Porém, o que traz Heimat é de natureza bastante particular. Ao lê-lo somos convidados a acompanhar a autora nessa busca, como se fôssemos companheiras de viagem. E seus registros, uma espécie de caderno de viagens, com tudo muito organizado. São documentos históricos e fotografias que vão compondo uma análise do contexto. Questionamentos pessoais, registros escritos (como se fossem manuscritos) e imagens desenhadas que dão toque pessoal, íntimo. Além disso, tem ainda complexidade e profundidade ao que acompanhamos ser construído nessa busca da autora.
Também podemos ver semelhanças com uma espécie de álbum com muitos registros de temas diversos. Meu preferido é chamado “Do caderninho de uma imigrante com saudade de casa”, em que registra “coisas alemãs”, das quais se lembra ou tem saudade, e descreve o que se trata, sua relação com a cultura e a memória afetiva de forma que conhecemos de um jeito muito especial um pouquinho mais dessa escritora que generosamente nos permite testemunhar seu percurso de descobertas e revelações.
A forma como os fatos e as reflexões são registrados envolve o leitor, que mesmo vivendo situações muito diversas da autora, possibilita refletir sobre similaridades de vivências e dilemas humanos. Um livro espetacular!
Nori e eu, Masanori Ninomiya e Sonia Ninomiya, editora WMF – Martins Fontes
Na linha dos HQ de não-ficção, este livro traz o relato biográfico em duas vozes e imagens. Na primeira, é Sonia quem conta o percurso que viveu com seu filho (Masanori-Nori), os desafios e as conquistas alcançadas, que iniciaram em um tempo em que se sabia ainda muito pouco sobre o autismo. No segundo relato, é a voz de Nori que acompanhamos. Como vê sua vida, o que pode desenvolver.
Juntos, esse relato compõe a linda trajetória – nem por isso simples – de como o amor, o respeito e a confiança no outro podem possibilitar avançar os limites, que por não serem identificados, foram ignorados.
As imagens de livro são de Nori, que teve oportunidade de se dedicar a essa arte com apoio de Caeto, que é responsável pela direção de arte do livro.
Para assistir conhecer um pouco mais, vale acessar o relato de Sonia, clicando aqui e o relato de Nori, aqui.
O fotografo – uma História no Afeganistão (3 volumes), Didier Lefrévre (fotografia), Emmanuel Guibert (texto e desenhos), Frédéric Lemercier (diagramação e cor), editora Conrad
Este livro também pode ser considerado um relato jornalístico, em formato HQ. Isso lhe dá uma narrativa dinâmica, com diferentes possibilidades de apreciação pois além das fotos tiradas pela personagem principal desse relato, tem imagens que complementam detalhes do que se conta, possibilitando acompanhar a trajetória feita por esse fotógrafo francês ao ser convidado a acompanhar uma equipe do Médicos sem Fronteiras em expedição ao Afeganistão, na época, em guerra com as tropas soviéticas.
Muito pode ter mudado desde 1986, quando essa viagem ocorreu. Mas conhecer o detalhe da geografia do lugar, das dificuldades passadas e um pouco da cultura local, e viver um pouco a experiência relatada, amplia nosso conhecimento sobre a História, sobre a diversidade e conflitos tão distantes de nosso cotidiano ocidental, nos aproximando um pouco desses locais distantes e que tanto precisamos nos aproximar.
Esperamos que esses livros, de um universo mais amplo e maravilhoso, possam inspirar novas leituras!
Equipe da Biblioteca