Espaço novo, novas práticas

O ano letivo de 2020 começou com grandes novidades para as turmas de 2º ano do Ensino Fundamental 1: as salas foram completamente repaginadas com um novo mobiliário que favoreceu ainda mais o trabalho em grupo, parte do material escolar (como lápis, canetas e borrachas) é de uso coletivo e, portanto, de responsabilidade de todos, e cada classe passou a contar com um espaço de leitura, um lugar aconchegante para ler ou para estar com colegas em jogos especialmente escolhidos para fazerem parte do acervo da sala.

“Além de ser uma ótima oportunidade para que os alunos compartilhem informações e entendam que os colegas, além do professor, podem ser parceiros interessantes por ampliarem os conhecimentos de cada um, trabalhar em grupo favorece que aprendam a colaborar entre si, a considerar opiniões diferentes das suas, a se organizarem em propostas complexas em que é necessário dividir tarefas e responsabilidades”, explica a coordenadora pedagógica Milou Sequerra.

A decisão por um mobiliário que facilitasse a interação entre as crianças se deu a partir de cursos que aproximaram membros da equipe pedagógica do Colégio da metodologia de trabalho das Pequenas Comunidades de Aprendizagem. “Não queríamos que a mudança de mobiliário fosse apenas estética, mas que refletisse o processo de investigação e estudo realizado pela equipe docente”, afirma Milou.

A mudança começou pelo 2º ano porque era importante considerar uma série inicial do ciclo, já que essa configuração é muito utilizada na Educação Infantil, mas também porque é uma série em que a transição para o EF1 já está consolidada.

Para Débora Vaz, Diretora Pedagógica, o objetivo maior de uma mudança como essa é que todos os espaços do Colégio se configurem como salas de aula para aprendizagens potentes, criativas e desafiadoras, sejam eles salas de aulas convencionais, corredores, a Biblioteca ou qualquer lugar habitado por educadores e alunos. “O Colégio Santa Cruz tem estudado continuamente e vem realizando diversas ações que revelam progressivamente a renovação de espaços, mobílias e formas de ocupação em sintonia com o que vivenciamos em nossa rica diversidade de escolhas metodológicas.”

A nova disposição das salas de aula também colabora para a percepção do aluno de que o professor, apesar de ter um lugar definido e importante, não é o único protagonista dos processos de aprendizagem. “Os alunos percebem sua centralidade no processo e aprendem a valorizar as contribuições dos colegas˜, diz Milou.

Em relação à rotina, não foi necessário mudar a organização de aulas ou os horários dos especialistas, mas a gestão do tempo mudou: por causa do mobiliário e por formas diferentes de organizar as atividades. Há momentos em que os grupos de alunos realizam, concomitantemente, propostas diferentes, há outros em que todos trabalham a mesma atividade, individualmente, mas contando com a ajuda dos parceiros de grupo. “Observamos que as crianças estão mais envolvidas em realizar suas atividades, estão interagindo de maneira mais produtiva e cuidadosa com os colegas e estão mais atentas para cuidar do espaço coletivo”, exemplifica a coordenadora pedagógica.

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