Após três semanas de muita preparação, na qual elaboraram perguntas, realizaram pesquisas e experimentaram atividades para compreender melhor os conceitos fundantes desta edição da Bienal, os alunos realizaram um webinar com Jacopo Crivelli*, curador da 34ª Bienal de São Paulo.
A atividade fez parte das discussões sobre construção da representação realizadas pela disciplina de Artes Visuais, da professora Tati Fecchio.
Logo no início do encontro, os alunos assistiram a uma apresentação, na qual questões sobre o campo da arte foram respondidas. Na sequência, houve um momento de trocas a partir de questões elaboradas especialmente para este encontro.
O sentido da arte, a necessidade da arte, a origem da arte, os processos de legitimação, o papel da curadoria, os conceitos de opacidade e a transparência puderam ser discutidos de forma profunda. Leia, abaixo, algumas perguntas elaboradas pelos alunos:
O título/verso da 34ª Bienal diz “Faz escuro, mas eu canto”. Originalmente ele tratava da opressão vivida pela população na ditadura militar e também falava sobre superação nos momentos difíceis. Nesse sentido:
-O canto diz da capacidade que as pessoas têm de superar as situações com a própria expressão e sem violência?
-Você acha que a Bienal deste ano pode influenciar as pessoas e os artistas, encorajando mais pessoas a ‘cantarem’?
-A programação da Bienal sofreu mudanças em função da Covid-19? Quais foram os principais ajustes e adaptações realizados?
Em relação à criação da 34ª Bienal:
-Como a ideia do tema desta Bienal surgiu? OU seja, de onde surgiu a ideia da opacidade?
A Bienal se preocupa com o lugar onde as pessoas vão circular, com a sensação que os visitantes vão ter, com a capacidade das obras em gerar sensações, com a posição de onde a pessoa vai ver uma obra. Nesse sentido:
-O que é mais importante: a obra ou jeito de ver a obra no espaço?
-Como o ambiente afeta o jeito que vermos uma obra?
Sobre o trabalho dos artistas:
-As soluções e os materiais utilizados pelos artistas contemporâneos fazem com que seus trabalhos tenham mais possibilidades de sentidos do que os trabalhos de artistas de outros tempos?
-Como podemos “ficar bons” em ler os vários sentidos?
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*Nascido em Nápoles, Itália, em 1973, Jacopo Crivelli Visconti é crítico e curador de arte contemporânea. Atualmente mora em São Paulo.
Cursou Letras e Filosofia na Universidade de Nápoles. Doutor em Arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP). Sua pesquisa de doutorado resultou na publicação do livro “Novas Derivas” (editora Martins Fontes, 2014).
Participou como membro da equipe da Fundação Bienal de São Paulo de 2001 a 2009 e foi curador da participação oficial brasileira na 52ª Bienal de Veneza em 2007.
Além da curadoria de exposições eventos contemporâneos, se dedica a publicações de arte contemporânea, arquitetura e design, bem como participa da elaboração de catálogos além de criar críticas e ensaios a partir da obra de artistas.