Como parte do Projeto Meio Ambiente, 70 alunos da 1ª série do Ensino Médio realizaram uma viagem ao sul da Bahia, na semana do recesso, em outubro, para conhecer as questões socioambientais que afetam a vida da população local.
Os estudantes, que ficaram hospedados em Caravelas, acompanharam o plantio de eucalipto para produção de celulose, a exploração de petróleo e a pesca indiscriminada de camarão. “Essa região é extremamente nobre. O maior estuário mantido da costa brasileira é lá. A região sofre uma pressão muito grande, de um lado para preservar o mangue e de outro para explorar o cultivo de camarão”, contextualiza Cristina Sucupira, professora de Biologia e coordenadora pedagógica.
No roteiro de seis dias, um é dedicado à Reserva Extrativista de Cassurubá onde os alunos acompanham o trabalho de catadores de molusco e de caranguejo e também o de um pescador artesanal. Em outros dois dias, os alunos praticam mergulho no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, considerado o berçário de todas as espécies de corais do Atlântico Sul, muitas endêmicas. No local, o Colégio vem desenvolvendo alguns projetos. Um deles é uma parceria que leva alunos da rede pública ao Parque para que, em parceria com nossos estudantes, possam fazer a coleta de lixo nas ilhas do arquipélago.
A novidade é que, este ano, entramos em um projeto que checa a diversidade dos corais e é a primeira vez que uma escola participa junto aos pesquisadores e mergulhadores autônomos. Como há pouca visitação em Abrolhos, a observação dos alunos vem bem a calhar. “A gente vai com 70 alunos, então são 35 observações que fazemos em dupla. Isso ajuda a não escapar nada ao olhar e também a ter uma história mais fidedigna do que está acontecendo em termos ambientais”, conta a coordenadora, que completa: “E agora a gente vai começar a fazer esse monitoramento ano a ano.”
Ainda faz parte da viagem um intercâmbio com jovens em situação de vulnerabilidade social que participam do projeto Arte Manha. Lá, eles resgatam a cultura afro por meio de oficinas de entalhe em madeira, silk screen em camisetas, percussão e dança. “Após todo esse percurso, nossos alunos conseguem olhar todos os fatores ambientais e sociais que pressionam aquela região. É um trabalho muito bacana”, finaliza Cristina.