Nos dias 20 e 21 de setembro, o Colégio realizou o Congresso EJA 2019 em comemoração aos 45 anos de seus cursos noturnos.
A abertura, na noite do dia 20, lotou o teatro. As boas-vindas ficaram por conta de um número musical executado pelo ex-aluno Marcelo Quintanilha. Fábio Marinho Aidar, Diretor Geral, fez uma breve fala sobre a história da Congregação de Santa Cruz, que neste ano completa 75 anos no Brasil, a fundação do Colégio há 67 anos e a criação dos Cursos Noturnos, em 1974, quando o Santa Cruz passou a abrir suas portas para jovens e adultos que apenas tardiamente puderam se escolarizar.
Fernando Frochtengarten, diretor dos Cursos Noturnos e idealizador do Congresso, fez uma bonita apresentação sobre a EJA do Colégio: “Há 45 anos, o fim da tarde é um horário de mudança da paisagem humana dessa escola. Como o sol, as crianças e os adolescentes do curso regular vão para suas casas e, em seu lugar, vêm jovens e adultos que buscam lançar luz sobre um percurso que lhes foi interrompido em algum momento da vida, mas que voltaram a trilhar.”
Frochtengarten também lembrou que a EJA é um segmento historicamente marginal no campo da Educação. “Nos últimos cinco anos, a redução de repasses do Governo Federal foi da ordem de 98%. No segundo dia de mandato do atual governo, o Ministério da Educação extinguiu a SECADI, secretaria responsável por gerenciar a EJA que então caiu em uma espécie de limbo.”
Logo na sequência, os participantes de mais de 14 estados brasileiros assistiram à conferência “A relevância do Pensamento de Paulo Freire nos dias de hoje”, proferida pelo professor Sérgio Haddad, da Ação Educativa e da Universidade de Caxias do Sul – UCS).
Haddad, ex-aluno do Colégio e diretor da EJA na instituição de 1974 a 1989, disse que foi aqui que tomou conhecimento da obra de Paulo Freire. “Paulo Freire já dizia que aprender e ensinar é um ato político, não há neutralidade.”
Um dia de intensos trabalhos
No sábado, a programação incluiu duas mesas-redondas, das 9h30 às 12h. “Políticas para a EJA”, no anfiteatro, contou com a apresentação dos trabalhos: “Um retrato das políticas públicas para a EJA no Brasil”, da Profa. Dra. Maria Clara de Piero, da Faculdade de Educação da USP e “Políticas de educação para a juventude: a EJA como possibilidade”, da Profa. Dra. Eliane Ribeiro, da Escola de Educação e Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A mediação foi do professor Roberto Catelli Jr., do Colégio Santa Cruz e da Ação Educativa.
A outra mesa, “Práticas pedagógicas na EJA”, ocupou o teatro. Os trabalhos apresentados foram: “Práticas de numeramento como práticas de letramento: investigação e ação pedagógica na EJA”, da Profa. Dra. Maria da Conceição Fonseca, da Faculdade de Educação da UFMG e “Leitura e novas tecnologias na EJA: interfaces e desafios, da Profa. Dra. Márcia Mendonça, do Departamento de Linguística Aplicada, da UNICAMP. A mediação ficou por conta do professor Claudio Bazzoni, do Colégio Santa Cruz.
Após o almoço, os 320 participantes do Congresso se dividiram em salas para acompanhar 19 painéis com temas como perfil e diversidade dos educandos, formação de professores, práticas educacionais e uso social das linguagens, entre outros.
A confraternização final reuniu os participantes em torno de uma apresentação do grupo Quintal do Choro.