Quando as luzes do teatro do Colégio foram direcionadas para o palco, às 14h do dia 16 de outubro, os estudantes do 6º ano olharam entusiasmados e curiosos. “Como vai ser? O que é isso? Que instrumento é aquele no palco? ”, comentavam entre si. “Vamos chamar ao palco a Orquestra Errante”, anunciou o professor do curso de música, Fabio Manzione, dando início ao espetáculo.
A Orquestra Errante é um grupo musical que se reúne regularmente, desde 2009, no Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).
Depois da primeira música, Fábio explicou para a atenta plateia que a orquestra ensaia toda semana, “mas nunca sabe ao certo o que tocar”. O grupo dedica-se a experimentar combinações das diversas manifestações da música popular com a música contemporânea, tendo a improvisação como principal ferramenta.
Durante o concerto, os músicos apresentaram seus instrumentos aos estudantes. O contrabaixo, as duas guitarras, o clarinete, o tamborim, os dois saxofones, o violino elétrico e o violino clássico.
Na terceira parte da apresentação, o professor chamou seis alunos para fazerem sinas de regência aos musicistas. Cada estudante montou sua sequência de melodias e a ordem dos instrumentos. A plateia vibrou com cada música improvisada e se divertiu com as criações.
Ao final, os alunos puderam fazer perguntas aos profissionais e elas foram as mais variadas e engraçadas. “Vocês sabem fazer beat box?”, perguntou um. O contrabaixista, Migue Antar, respondeu fazendo uma batida de funk.
“Qual é a ideia do grupo? ”, perguntou outro. Migue, o mais antigo integrante da trupe, respondeu que a Orquestra Errante é uma ideia diferente de música. “Há imitações de sons e precisa ter estratégias para combiná-los”, respondeu. “É livre, mas cada instrumento precisa interagir com o outro.”
O professor agradeceu a presença de todos e os estudantes aplaudiram muito os musicistas. “Em minhas aulas do sexto ano, os estudantes têm um grau de improviso na prática durante as aulas. Para criar dentro de uma aula de linguagem artística, é preciso estar aberto ao erro. Um dos principais exemplos que a orquestra dá para os alunos é improvisar enquanto toca e a música acontecer mesmo assim”, falou Fábio.
Nina Alves, aluna do 6º ano, disse que a apresentação foi diferente. “Eles são bem criativos. O improviso que eles fizeram passa um conceito legal de criação para nós. Foi bem interessante”.