Jogue como uma menina

 

Em tempos de luta por igualdade de gêneros, as mulheres têm quebrado paradigmas. Um deles é de que futebol é para homens. O esporte, que tradicionalmente no Brasil é oferecido aos meninos por inúmeros clubes e escolas, tem atraído cada vez mais o sexo feminino.
Com o objetivo de ampliar o acesso das meninas ao esporte, o Colégio Santa Cruz firmou parceria com o Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (Cepeusp). O projeto faz parte do Prodhe (Programa de Desenvolvimento Humano pelo Esporte) e consiste na oferta de treinamentos de futebol a alunas das escolas públicas da região.
O Colégio cedeu o espaço do campus Butantã para os treinos, que são totalmente gratuitos e acontecem duas vezes por semana, às terças e quintas. Há dois grupos, um de 9 a 12 anos e outro de 13 a 16 anos. Os treinamentos são realizados pelos professores Ronaldo Vilaça e Sandra Santos. “As meninas estão muito motivadas. Chegam à aula sempre com muita disposição e alegria. Ver aqueles sorrisos quando adentram ao campo não tem preço. As oportunidades que esse projeto está dando a essas meninas são incríveis. Algumas delas tiveram problemas de preconceito dos pais. Segundo uma delas, a mãe dizia que não queria vê-la jogando um esporte de “macho”. Diante disso, fica evidente que o nosso trabalho já começa mostrar alguns frutos. Estamos desconstruindo esse paradigma de que o futebol é só para homens”, declara Villaça.
O Colégio também promoveu a “campanha da chuteira”, que teve um retorno muito bom, segundo o professor. Pais e alunos se mobilizaram e fizeram as doações no dia da festa junina. O objetivo foi ajudar as meninas que não têm chuteiras, nem condições para adquiri-las. Elas usam as chuteiras doadas e as devolvem no final do treinamento.
De acordo com Marcelo Rogozinski, diretor administrativo e financeiro do Colégio, “o objetivo do projeto é propiciar inclusão e cidadania por meio do esporte” . Atualmente 38 meninas já estão treinando no espaço. Ao todo, são 70 vagas. Alunas do Colégio Santa Cruz também podem participar. A ideia é que o esporte possibilite a integração de meninas de realidades diferentes.

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