Tsuyako Motomatsu foi uma figura cativante e inesquecível. Pedagoga de formação, trabalhou durante 22 anos na biblioteca do Colégio como uma das responsáveis por preparar material bibliográfico para catalogação e fazer pequenos reparos nos livros, mas se realizava mesmo auxiliando professores e alunos da EJA. Tsuya, como todos a chamavam, era a bibliotecária de referência do período noturno e com todo o esmero separava material do acervo para apoiar os trabalhos idealizados pelos professores. “Tsuya era muito cuidadosa e generosa no trato com os alunos e os assessorava com muito carinho. Era tão dedicada que participava de todos os projetos da EJA, mesmo os externos, como os passeios e estudos do meio e não abriu mão de trabalhar, mesmo quando já estava muito doente”, relembra Antônio Cintra, responsável pela biblioteca.
A relação de Tsuya com o Colégio era tão profunda que a família quis que sua missa de sétimo dia fosse celebrada aqui, pelo Padre José. Na ocasião, há exatos quatro anos, os colegas a homenagearam com o plantio de uma árvore. “Escolhemos uma cerejeira e o local não podia ser outro, tinha que ser em frente a biblioteca”, conta Antônio. As primeiras mudas dessa espécie, de rara beleza, foram trazidas para o Brasil na década de 1930, por imigrantes japoneses. Para surpresa e emoção de todos, nessa semana, pela primeira vez, a cerejeira do Colégio está em flor e ainda cheia de botões. Uma florada mais do que merecida para a saudosa Tsuya.