Como já apontou Antonio Candido, a literatura é fator indispensável de humanização, é “o sonho acordado das civilizações”. A décima edição das Noites Literárias confirmou essa colocação do mestre ao trazer para discussão a obra O que ela sussurra, de Noemi Jaffe, que conta a história de Nadejda, mulher que guardou na memória os poemas do marido, o poeta Óssip Madelstam. Para decorar os versos censurados pelo governo stalinista, ela os sussurrava.
Nas palavras da professora Luciana Soldi, que conduziu a conversa, o livro “é um elogio à poesia como elemento da vida, que emerge das fraturas do real”.
Segundo a escritora, o romance é o último livro de uma trilogia que tem como foco mulheres perseguidas em regimes autoritários. Ela também comentou sobre o seu amor pelas palavras e sobre a presença de várias línguas na sua infância: iugoslavo, ídiche, húngaro, hebraico, alemão e português.
Jaffe abordou ainda a questão da postura ética da personagem e destacou que conciliar estética e ética é a condição para criar novos caminhos, para resistir.
Assista ao encontro pelo link.