Em clima acolhedor, a última edição do projeto Noites Literárias deste ano trouxe o romance “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, para uma boa conversa. “Não teria uma forma mais bonita de começarmos esta noite, com um belo encontro”, declarou, na abertura do evento, a diretora pedagógica, Débora Vaz, destacando a presença de educadores várias áreas, inclusive de alguns já aposentados.
O encontro iniciou com as exposições das convidadas Tânia Sandroni, doutora em Letras pelo Programa de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo e editora de comunicação do Colégio Santa Cruz, e Mariângela Alonso, doutora em Estudos Literários pela UNESP, com pós-doutorado pela USP.
As duas apontaram características específicas do romance e aspectos gerais da obra clariceana. “No livro “A Hora da Estrela”, as questões de classe aparecem de forma explícita; o romance tematiza a alteridade social”, contou Tânia Sandroni.
No final das falas, antes de se abrir espaço para as perguntas, as convidadas surpreenderam os educadores com uma leitura do conhecido diálogo entre Macabéa e Olímpico.
Na sequência, questões e curiosidades foram levantadas. Mari Alonso apresentou uma possível explicação sobre a abreviação do nome do narrador-personagem, chamado Rodrigo S.M: “Segundo Yudith Rosenbaun, essa abreviação poderia ser um jogo de identidade, tendo um significado subliminar: Sou Mulher.”